MANIFESTAÇÃO DE 30 DE MAIO: OBSERVAÇÕES FINAIS
As direcções sindicais começam a reconhecer publicamente que nós, movimentos independentes, somos uma realidade incontornável.
Existimos e vamos permanecer no terreno, dentro das escolas onde trabalhamos, experimentando todos os dias na pele as consequências mais negativas destas políticas catastróficas para o ensino. É por isso que, na nossa bagagem, não há agendas extrínsecas aos interesses dos professores.
Existimos e vamos continuar a ser uma voz crítica e a lançar todas as iniciativas que estiverem ao nosso alcance para que as justas reivindicações dos professores tenham a satisfação pela qual todos ansiamos.
DIA 30: PROFESSORES (SEMPRE PRESENTES!) DA ESCOLA D. CARLOS I DE SINTRA
AS NOSSAS RESPOSTAS AO «PÚBLICO»: DECLARAÇÕES DE FÁTIMA GOMES
– O surgimento e acção dos movimentos independentes de professores mudou a luta dos professores ? Porquê? Como? Ou os sindicatos “venceram”?
– Esperava que a ruptura pudesse ter sido maior? (Ruptura em tipos e métodos de acção).
– Quando iniciaram as movimentações, contava chegar ao fim do ano lectivo nesta situação no que respeita tanto à avaliação, como ao ECD?
– Entregou os OI? Na sua escola foram mais professores que entregaram ou o inverso?
– Como está o ambiente na sua escola? Os professores estão divididos, há mal-estar, por causa das posições adoptadas quanto à avaliação?
AS NOSSAS RESPOSTAS AO «PÚBLICO»: DECLARAÇÕES DE MÁRIO MACHAQUEIRO
A edição de hoje do jornal «Público» traz diversas declarações de membros dos movimentos independentes, nomeadamente da APEDE. As nossas respostas foram, porém, muito mais desenvolvidas do que os excertos que o jornal publicou. Aqui estão elas, começando pelas declarações de Mário Machaqueiro.
– O surgimento e acção dos movimentos independentes de professores mudou a luta dos professores? Porquê? Como? Ou os sindicatos “venceram”?
– Esperava que a ruptura pudesse ter sido maior?
– Quando iniciaram as movimentações, contava chegar ao fim do ano lectivo nesta situação no que respeita tanto à avaliação, como ao ECD?
– Entregou os OI? Na sua escola foram mais professores que entregaram ou o inverso?
AMANHÃ VAMOS À MANIFESTAÇÃO COM ESTE ESPÍRITO E COM ESTA DETERMINAÇÃO
Onde estiverem colegas em luta, nós estaremos. Sempre.
MAS…
MAS não esquecemos que esta forma de luta de pouco valerá se não for integrada num plano mais vasto, coerente e determinado de combates a travar pelos professores.
Desejamos a unidade de todos os docentes, pois sabemos que a sua divisão só serve aqueles que com ela querem reinar, e que com ela prolongam a sua permanência degradante no poder.
MAS não aceitamos que, em nome da unidade, se procurem silenciar outras perspectivas de luta e se imponham falsos unanimismos, pelo que continuamos a solicitar a divulgação pública das propostas de luta aprovadas nas reuniões de consulta aos professores.
Compreendemos que os professores têm pela frente um combate árduo e exigente e que a plena satisfação das nossas exigências não se situa no virar da esquina.
MAS recusamos a ideia de que esta luta se vai arrastar por tempo indeterminado, sem radicalização, e com um passo de caracol ritmado por negociações sindicais incapazes de oferecer resultados visíveis.
Queremos contribuir para retirar a maioria absoluta ao partido de um primeiro-ministro arrogante e prepotente, que substituiu a governação do país por mera propaganda sem conteúdo e cuja passagem pelo poder teve, como únicos efeitos visíveis, o empobrecimento da vivência democrática, a retracção dos direitos laborais para níveis anteriores ao 25 de Abril e a consagração da desfaçatez impune como método de acção política.
MAS, ainda assim, pensamos que não podemos hipotecar os combates do presente a resultados eleitorais incertos dos quais poderão resultar arranjos políticos desfavoráveis às legítimas aspirações dos professores.
As lutas decisivas deveriam estar a ser travadas AQUI E AGORA.
A Manifestação de 30 de Maio é importante. MAS NÃO CHEGA.
Este é um momento grave da vida nacional.
Portugal debate-se com a maior crise económica, social e política dos últimos vinte anos.
A vida pública deste país está atolada num lodaçal de iniquidades, de pequenos e grandes despotismos e de uma falta de sentido ético da parte dos agentes políticos, como há muito tempo se não via. Tal situação ameaça os próprios fundamentos da democracia.
Este tempo não é, pois, de festa ou de manifestações de júbilo.
Por tudo isto, apelamos a todos os colegas que integrem a Manifestação do dia 30 para que o protesto seja marcado pela maior firmeza e, também, pela maior seriedade.
Que ninguém mostre sinais de regozijo ou de alegria apenas porque a Ministra da Educação está, supostamente, de partida. Os nossos problemas são graves, são imensos, e não se resolvem com a mera remoção desta equipa ministerial, por muito responsável que ela seja pelo estado de degradação a que chegou o sistema de ensino em Portugal.
A solução dos nossos problemas passa, isso sim, pelo regresso da grande maioria dos professores a uma atitude de combate determinado e sem cedências, em torno de reivindicações fundamentais:
· Revisão do ECD e supressão imediata da divisão da carreira entre titulares e não titulares.
· Suspensão do actual modelo de avaliação do desempenho e negociação de um modelo sério, à luz de uma carreira docente reestruturada em moldes que não criem desigualdades artificiais e injustas.
· Manutenção do vínculo por nomeação definitiva para todos os professores.
· Preservação dos quadros de escola.
· Manutenção do carácter nacional dos concursos de colocação de professores e do princípio de que a melhor graduação corresponde à melhor colocação.
· Fim do modelo de administração escolar instituído pelo Ministério e restabelecimento da gestão democrática das escolas.
APEDE (Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino)
MUP (Movimento de Mobilização e Unidade dos Professores)
NÃO HÁ DUAS SEM TRÊS – Vamos encher Lisboa outra vez
Porque vamos ser muitos milhares convém ter em conta os locais de concentração na zona do Marquês de Pombal. Os professores e educadores da área da Grande Lisboa concentram-se na Rua Joaquim António de Aguiar (é a rua que sai do Marquês em direcção às Amoreiras) e seguem em segundo lugar para a manifestação.
A ordem de entrada na Manifestação será a seguinte:
1º Sul
2º Grande Lisboa (as duas regiões concentram-se e saiem da Av. Joaquim António de Aguiar)
3º Centro
4º Norte (as duas regiões concentram-se e saiem do Parque Eduardo VII)
Os autocarros do Sul e da Grande Lisboa estacionam na Alameda Cardeal Cerejeira (é a rua do Alto do Parque Eduardo VII, onde está a bandeira gigante). Os que vierem pela A2 – Ponte 25 de Abril – devem sair na direcção Marquês de Pombal, deixar os manifestantes no topo da Joaquim António de Aguiar e seguir, pela Rua Artilharia 1 para a Alameda Cardeal Cerejeira. Os autocarros provenientes do distrito de Santarém dirigem-se, via Eixo Norte / Sul, para a Praça de Espanha, sobem a Avenida António Augusto de Aguiar e logo a seguir à lateral do Corte Inglés cortam à direita para a Alameda Cardeal Cerejeira. Os docentes dirigem-se depois a pé para a Rua Joaquim António de Aguiar, descendo o Parque Eduardo VII.
Encontramo-nos todos no sábado!
REUNIÃO COM O GRUPO PARLAMENTAR DO CDS-PP

Neste sentido, os representantes dos movimentos independentes de professores abordaram um conjunto de questões e problemas, deixando claras as suas principais reivindicações, de que são exemplos: o reforço da dignificação e valorização da profissão docente; a revisão do ECD, com uma carreira única, abolindo-se a figura do professor titular e sem imposição de quotas para progressão/avaliação; a garantia de uma gestão democrática nas escolas; a profunda revisão do modelo de ADD; os perigos da municipalização do ensino e de concursos de professores realizados a nível de escola/região; a reformulação urgente do Estatuto do Aluno; a reorganização curricular e dos programas das disciplinas; a denúncia de uma gestão centralista das escolas por parte do ME que desvirtua a sua autonomia; a necessidade de garantir uma maior estabilidade profissional para os colegas contratados; a recusa de uma prova de ingresso, com carácter eliminatório, que se pretende aplicar a colegas que já leccionam há vários anos e que só vem descredibilizar a formação inicial de professores, etc.
Recebemos da parte do deputado Diogo Feyo a concordância com vários dos aspectos e preocupações atrás referidas, a disponibilidade para o diálogo e para a construção de uma alternativa à actual política educativa, sendo-nos mesmo solicitada a divulgação e colaboração (com envio de propostas e sugestões de alteração) na definição final da proposta de reestruturação do ECD, da responsabilidade do CDS/PP, que está actualmente em fase de discussão pública:
http://cdsnoparlamento.pp.parlamento.pt/index.php?idmenu=4&lg=1&idn=644
Sobre esta proposta, levantámos algumas dúvidas e reparos, nomeadamente: o tipo de funções de administração e gestão escolar que se enquadram no percurso profissional que dará acesso aos índices remuneratórios de topo, a forma como os actuais “professores titulares” serão posicionados na carreira, lembrando as injustiças e iniquidades que derivaram do concurso de para professor titular, e que não podem deixar de ser corrigidas, a questão da prova de ingresso que o CDS/PP faz constar na referida proposta, embora sob moldes diferentes dos propostos pelo ME, etc.
A APEDE, MUP e PROmova continuarão, nas próximas semanas, os contactos com os restantes grupos parlamentares, procurando que este “Compromisso Educação” se concretize e seja um contributo válido para uma efectiva mudança de rumo no domínio da Educação, com vista à defesa da qualidade do Ensino e da Escola Pública em Portugal.
"No próximo sábado, em Lisboa, queremos dizer BASTA!"
Afirmou a senhora há tempos que tinha perdido os professores mas ganhado a opinião pública. Nós, professoras e professores da Escola Secundária Infanta D. Maria, estamos pois entre os muitos que a senhora “perdeu”. E sentimo-nos perdidos, de facto:
– quando se divide artificialmente os professores em categorias com base em critérios discricionários e se degrada o nosso estatuto profissional;
– quando a tutela nos quer impor um pretenso modelo de avaliação de desempenho docente que não é senão um sistema para bloquear a carreira e para trucidar a solidariedade e a colaboração entre profissionais;
– quando a nossa entidade patronal ao invés de valorizar e dignificar os seus funcionários só cura de os vilipendiar e humilhar, só pretende transformá-los em acéfalos serventuários;
– quando o ministério não promove a educação mas dá tantas oportunidades ao facilitismo e ao sucesso nas estatísticas;
– quando se fecha os olhos ao absentismo e à indisciplina dos alunos;
– quando verificamos que décadas de árduo trabalho e de descontos para a aposentação redundam em exíguas reformas;
– quando, mesmo apesar disso, o êxodo dos profissionais se agrava (só no último ano aposentaram-se nesta escola cerca de 1/5 dos professores do quadro);
– quando se estimula a mais reles subserviência e a mais abjecta delação;
– quando em vez de promover a cooperação com a comunidade se transformam as escolas em armazéns a tempo inteiro e se estimula a desresponsabilização das famílias no processo educativo;
– quando se faz tábua rasa de décadas de experiência e inovação na gestão democrática das escolas e se impõe o regresso ao director autocrático.
Estamos cansados da sua surdez arrogante, da sua prepotência ignorante. É que a senhora perdeu os professores e não ganhou nada. Só por ignorante cegueira é possível não ver que se compromete assim o futuro de gerações, que Portugal não descolará da cauda do desenvolvimento com manipulações estatísticas, com show-off mediático.
Ao contrário da senhora, nós estamos empenhados na defesa de uma escola pública de qualidade para todos, que promova o desenvolvimento do país e a qualidade de vida dos cidadãos.
Por isso, apesar de perdidos e cansados, continuamos indignados. E com ganas de lutar por uma mudança urgente das políticas na educação.
Hoje aqui, no próximo sábado em Lisboa, queremos dizer-lhe basta! Se não é capaz de inverter as suas políticas, de dignificar a escola pública e promover realmente a educação para todos, vá-se embora! Já provocou demasiados estragos – quiçá irreparáveis – na escola portuguesa. Vá-se embora! Não deixa saudades!
Coimbra, 26/05/09
MAIS UM PASSO PARA O COMPROMISSO EDUCAÇÃO
MANIFESTO CONJUNTO: ENCONTRAMO-NOS SÁBADO
2) Os professores e as professoras já mostraram que recusam estas políticas. 8 de Março, 8 de Novembro, 15 de Novembro, duas greves massivas, são momentos que não se esquecem e que despertaram o país. Os professores e as professoras deixaram bem claro que não se deixam intimidar e que não sacrificam a qualidade da escola pública.
3) Num momento de eleições, em que se debatem as escolhas para o país e para a Europa, em que todos devem assumir os seus compromissos, os professores têm uma palavra a dizer. O governo quis cantar vitória mas é a educação que está a perder. Os professores e as professoras não aceitam a arrogância e não desistem desta luta: sair à rua em força é arriscar um futuro diferente. Sair à rua, todos juntos outra vez, é o que teme o governo e é do que a escola pública precisa. Por isso, encontramo-nos no próximo sábado.
Subscrevem:
Os blogues: A Educação do Meu Umbigo (Paulo Guinote), ProfAvaliação (Ramiro Marques), Correntes (Paulo Prudêncio), (Re)Flexões (Francisco Santos), Educação SA (Reitor), O Estado da Educação (Mário Carneiro), Professores Lusos (Ricardo M.), Outròólhar (Miguel Pinto), O Cartel (Brit.com, Advogado do Diabo)
Os movimentos: APEDE (Associação de Professores em Defesa do Ensino), MUP (Movimento Mobilização e Unidade dos Professores), PROmova (Movimento de Valorização dos Professores), MEP (Movimento Escola Pública), CDEP (Comissão em Defesa da Escola Pública)
Eleição dos directores já levou quatro escolas aos tribunais
Está a crescer o número de contenciosos relacionados com a substituição dos conselhos executivos por directores, ao abrigo do novo regime de autonomia e gestão das escolas. (75/2008). Na última semana deram entrada mais providências cautelares, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra, elevando para quatro o número de escolas em que os diferendos já chegaram à justiça.
E ao que apurou o DN, junto de fontes sindicais e advogados ligados a estes processos, pelo menos mais três escolas poderão seguir em breve o mesmo caminho.
O motivo comum à generalidade dos casos é o afastamento de conselhos executivos ainda com mandatos por cumprir. Uma situação considerada ilegal por vários juristas, nomeadamente o especialista em Direito do Trabalho, Garcia Pereira, que já avisou que os actos dos novos directores poderão ser anulados.
O caso mais recente diz respeito à secundária Inês de Castro, de Coimbra. Nesta escola já foi eleita uma nova directora, pelo conselho geral transitório. Mas a nomeação está a ser contestada, desde a semana passada, em duas acções distintas: duas ex vice-presidentes do conselho executivo alegam ter mandatos por cumprir. E o antigo presidente, que concorreu a director, invoca irregularidades no processo eleitoral.
Recentemente, foi conhecido outro processo , neste caso relativo à escola EB 2,3 de Melgaço, em que também é contestada a substituição do conselho executivo.
Além destes, há o caso da Secundária de Peso da Régua, cujo conselho executivo só tomou posse há cerca de um mês, depois de ter ganho uma acção judicial anterior, mas já arrisca ser substituído. Outra situação, também em fase de recurso aos tribunais, diz respeito à escola básica de Santo Onofre, cuja direcção foi substituída por uma comissão administrativa transitória, por ordem da Direcção-Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DREVT).
O Ministério da Educação já apresentou o recurso instruído relativamente aos caso de Peso da Régua e Melgaço. Curiosamente, ao que apurou o DN, invocando em ambos os processos que a manutenção dos conselhos executivos deixaria essas escolas numa situação “única” a nível nacional.
Fonte do ministério disse ao DN que as decisões dos tribunais “serão acatadas”, mas considerou estes casos “situações residuais num processo que tem decorrido com tranquilidade”. O prazo para a eleição dos directores, em cerca de 1200 agrupamentos e escolas isoladas, acaba no fim do mês.
MANIFESTAÇÃO DE 30 DE MAIO: COMUNICADO DA APEDE E DO MUP
Onde estiverem colegas em luta, nós estaremos. Sempre.
MAS…
MAS não esquecemos que esta forma de luta de pouco valerá se não for integrada num plano mais vasto, coerente e determinado de combates a travar pelos professores.
Desejamos a unidade de todos os docentes, pois sabemos que a sua divisão só serve aqueles que com ela querem reinar, e que com ela prolongam a sua permanência degradante no poder.
MAS não aceitamos que, em nome da unidade, se procurem silenciar outras perspectivas de luta e se imponham falsos unanimismos, pelo que continuamos a solicitar a divulgação pública das propostas de luta aprovadas nas reuniões de consulta aos professores.
Compreendemos que os professores têm pela frente um combate árduo e exigente e que a plena satisfação das nossas exigências não se situa no virar da esquina.
MAS recusamos a ideia de que esta luta se vai arrastar por tempo indeterminado, sem radicalização, e com um passo de caracol ritmado por negociações sindicais incapazes de oferecer resultados visíveis.
Queremos contribuir para retirar a maioria absoluta ao partido de um primeiro-ministro arrogante e prepotente, que substituiu a governação do país por mera propaganda sem conteúdo e cuja passagem pelo poder teve, como únicos efeitos visíveis, o empobrecimento da vivência democrática, a retracção dos direitos laborais para níveis anteriores ao 25 de Abril e a consagração da desfaçatez impune como método de acção política.
MAS, ainda assim, pensamos que não podemos hipotecar os combates do presente a resultados eleitorais incertos dos quais poderão resultar arranjos políticos desfavoráveis às legítimas aspirações dos professores.
As lutas decisivas deveriam estar a ser travadas AQUI E AGORA.
A Manifestação de 30 de Maio é importante. MAS NÃO CHEGA.
Este é um momento grave da vida nacional.
Portugal debate-se com a maior crise económica, social e política dos últimos vinte anos.
A vida pública deste país está atolada num lodaçal de iniquidades, de pequenos e grandes despotismos e de uma falta de sentido ético da parte dos agentes políticos, como há muito tempo se não via. Tal situação ameaça os próprios fundamentos da democracia.
Este tempo não é, pois, de festa ou de manifestações de júbilo.
Por tudo isto, apelamos a todos os colegas que integrem a Manifestação do dia 30 para que o protesto seja marcado pela maior firmeza e, também, pela maior seriedade.
Que ninguém mostre sinais de regozijo ou de alegria apenas porque a Ministra da Educação está, supostamente, de partida. Os nossos problemas são graves, são imensos, e não se resolvem com a mera remoção desta equipa ministerial, por muito responsável que ela seja pelo estado de degradação a que chegou o sistema de ensino em Portugal.
A solução dos nossos problemas passa, isso sim, pelo regresso da grande maioria dos professores a uma atitude de combate determinado e sem cedências, em torno de reivindicações fundamentais:
· Revisão do ECD e supressão imediata da divisão da carreira entre titulares e não titulares.
· Suspensão do actual modelo de avaliação do desempenho e negociação de um modelo sério, à luz de uma carreira docente reestruturada em moldes que não criem desigualdades artificiais e injustas.
· Manutenção do vínculo por nomeação definitiva para todos os professores.
· Preservação dos quadros de escola.
· Manutenção do carácter nacional dos concursos de colocação de professores e do princípio de que a melhor graduação corresponde à melhor colocação.
· Fim do modelo de administração escolar instituído pelo Ministério e restabelecimento da gestão democrática das escolas.
APEDE (Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino)
MUP (Movimento de Mobilização e Unidade dos Professores)