Ainda sobre os movimentos independentes
Uma palavrinha última para aqueles que nos acusam de também termos baixado os braços, de não termos sido devidamente mobilizadores ou mais imaginativos, de pecarmos por amadorismo ou de não ousarmos constituir um sindicato alternativo (o rol de acusações é variado).
Para alguns, convém soletrar o que se vai ler a seguir:
Os membros dos movimentos independentes, e os da APEDE em particular, não são profissionais da luta ou da contestação. São professores sem redução no seu horário laboral, muitos deles com todos os encargos que isso significa, e que mesmo assim dedicaram bastantes horas do seu escasso tempo livre a tentar que a luta dos professores chegasse a bom porto.
Por isso, é mais do que compreensível que a existência destes movimentos ou, pelo menos, o tempo da sua maior mobilização, tenham um prazo relativamente curto. Porque isto, meus amigos, é muito cansativo.
Tendo todos nós consciência da importância de sermos cidadãos participativos, a começar pelo nosso local de trabalho, há no entanto que deixar bem claro o seguinte:
a nossa vocação maior não é a militância política – entendida aqui no seu sentido mais lato -, mas a actividade do ensino. É isso que gostamos de fazer, e é para isso que nos preparamos todos os dias: para sermos, no nosso quotidiano profissional, os melhores professores possível.
Portanto, não exijam mais do que aquilo que, humanamente, podemos, queremos e devemos fazer.
Se querem ser exigentes, sejam-no em relação àqueles que podem muito mais e que o não fazem.
Com um abraço para todos os nossos (milhares) de leitores.