O “mísero” professor lançou um apelo…
O candidato Cavaco Silva que ainda há dias se auto-intitulou de “mísero professor”, como podemos verificar aqui:
veio agora, em plena campanha eleitoral, apelar ao “respeito e à valorização” dos professores.
Porque a memória não é curta, importa recordar ao sr. “mísero professor” que, na altura certa, como aquela que vivíamos em 15 de Novembro de 2008, nunca soube nem quis fazer esse apelo de “respeito e valorização” dos professores, apelo que foi lançado de forma bem clara, durante a manifestação:
e que foi amplamente divulgado, no dia seguinte, na imprensa, ficando aqui o exemplo do Diário de Notícias:
pelo que o “mísero” professor não pode certamente dizer que desconhecia. Mas… mesmo que lhe tivesse passado despercebido esse apelo, em 15 de Novembro, relembramos o dia 24 de Janeiro de 2009, em que fomos recebidos, no Palácio de Belém, pela sua assessora, Susana Toscano, após a manifestação organizada pelos Movimentos, e onde voltámos a sublinhar a importância de uma intervenção, de uma palavra, do Presidente da República, no uso da sua magistratura de influência, apelando ao “respeito e valorização dos professores”. Palavra e intervenção que nunca se verificou. Nem sequer numa terceira oportunidade, que surgiu em 19 de Setembro de 2009, dia em voltámos às ruas de Lisboa, numa manifestação convocada pela APEDE, MUP e Promova, em 3 locais distintos da capital. Junto ao Palácio de Belém foi colocada esta “ensurdecedora” faixa, com dimensões consideráveis:
A nada disto o sr. “mísero” professor quis reagir. Preferiu sempre o silêncio. Um silêncio conivente e comprometido. Não nos esquecemos. O facto desse apelo ao “respeito e à valorização dos professores” ter surgido apenas agora, em plena fase de campanha eleitoral, é só um claro e rematado exemplo da mais pura demagogia, oportunismo, desfaçatez e falta de seriedade política.
P.S. – Ficamos agora à espera de idêntico apelo por parte de Manuel Alegre…
em 16/01/2011 em 15:24
Não foi um «mísero» Professor mas um «mísero professor».
Tenhamos memória…
O sorriso dele, referindo- se à entrada do FMI (empresa financeira),e dos seus acólitos, quando referiu que só o governo podia pedir essa entrada é bem elucidativa do seu deleite e gozo. Esse comentário e esse sorriso foram repetidos, posteriormente, por todas as pessoas (sempre as mesmas) da Direita na SIC e TVI. Patriotas e democratas!
em 16/01/2011 em 15:29
Que dizer ?
Não sabemos que querem fazer de nós – refiro-me aos portugueses em geral e não, especificamente, aos professores – joguetes, como sempre, em tempo de eleições ?
A Saúde e a Educação são os pilares de progresso de um Povo.
Ambas têm sido dramaticamente descuradas, sem que o candidato Cavaco dê por nada.
O homem nunca deve ter lido Sophia, particularmente o “Vemos, ouvimos e lemos”, musicado por Farncisco Fanhais nos anos 70 do milénio passado.
Nessa altura que fazia ele ?
Pensava em si ! Depois em si ! A seguir em si e na Maria. Depois em si ena Maria e nos filhinhos e em si. Vivia como “mísero” professor, sempre no espírito salazarento de amealhar. Solidariedade é uma palavra que nunca deve ter feito parte do seu vocabulário, nem na Juventude quando o Sonho e um Ideal nos habita – a alguns.
Particularmente, o ataque à Educação, a partir de 2005 , foi BEM VÍSIVEL.
O supracitado candidato sempre pareceu o macaquinho da mão na boca , “Não falo”.
Agora((só agora ?) reúne em si os 3 macaquinhos : “Não vejo, não ouço, não falo”.
O “Sr. Honestidade” veio agora a terreiro contra os cortes de salários na Administração Pública. Isto não diz tudo ???
Quanto aos seus jogos de Bola (acções da SLN) + a vivenda na Quinta da Coelha, cuja Escritura não aparece, que dizer, que supor ?
Cidadão exemplar – como se auto-intitula, o discurso da apresentação da candidatura foi a apologia de si próprio – não sabe da Escritura, ás vezes acontece, perdida nalguma gaveta… e as acções , as acções ? quais acções ? Mas se nunca conheceu Oliveiras e Costas e quejandos, o “nosso” Sr. “Honestidade” !!!…………
Pela minha parte, estou exausta.
Não deixarei de votar no dia 23, claro.
É o que me resta daquela Madrugada dos meus 18 anos , antes da qual já tinha tido muito Medo (os meus “encontros imediatos do 3º grau” com a PIDE, ficram-me na Memória).
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Gostaria de acabar com umas palavras de ÂNIMO mas só me ocorre a canção “ACORDAI” do Lopes Graça, em ritmo de grito e com o volume no máximo.
Ou então, vamos ao António Aleixo, escolhemos e cantamos, “quem canta seus males espanta”!
Também podemos ouvir o “Tango dos pequenos-burgueses” do Zé Jorge Letria.
Procuremos força anímica !
Que estes gajos não nos derrotem !
“Resistir é Vencer” ( Zé Mário Branco)
Desculpem se falei demais… mas sinto-me tão “entupida” no quotidiano da escola onde passei exactamente metade da minha vida (27 anos em 54) e onde me calei definitivamente…
Mª João Fortunato
(estou a escrever de “Mariana”, mas dou o nome/”a cara”)
em 16/01/2011 em 15:34
O problema é que o outro candidato mais bem colocado nas sondagens, a seguir a Cavaco Silva, também nunca mostrou estar decididamente ao lado da luta dos professores, sobretudo nas ocasiões em que teria sido fundamental manifestar esse apoio e solidariedade. Os professores arrostaram com o seu combate sozinhos, desprovidos de qualquer suporte significativo a nível institucional – se descontarmos o apoio de um um ou outro partido da oposição, apoio esse que acabou por se esvaziar igualmente na hora da verdade, quando teria sido possível, no novo ciclo político após as eleições, aprovar na Assembleia da República um quadro legislativo decente para os professores e para as escolas.
Enfim, quando um dia se fizer a história do que foi a luta solitária dos professores, ver-se-á que foram raros os protagonistas da política institucional que estiveram à altura das suas responsabilidades…
em 16/01/2011 em 15:48
Mário,
Tu sabes, como eu sei, que o Manuel Alegre não foi propriamente um exemplo de coerência relativamente ao seu apoio aos professores e à sua luta. Longe disso. Também ele teve silêncios comprometedores e (para ele) muito convenientes, que agora lhe permitem ter, apesar de tudo, o apoio de Sócrates e de uma parte do PS. É como dizes, foram poucos os actores institucionais que estiveram à altura das suas responsabilidades.
Abraço
em 16/01/2011 em 16:16
Votem nos outros, carago!
em 16/01/2011 em 19:06
Ou votem em branco, mas vão até à urna de votação.
Temo que este discurso do Mário e Ricardo promova a abstenção.
E como eles já contam com isso ou vão justifcar já nós sabemos…
em 16/01/2011 em 19:30
Fique tranquila maria,
Vou votar. Sempre votei. Nunca deixarei de votar. Acha sinceramente que pessoas, como nós, que se envolvem e empenham civicamente, iriam em algum momento apelar à abstenção? Não percebo sequer como é que se pode ler neste post, ou nos comentários subsequentes, um qualquer apelo à abstenção. E ainda menos entendo a última frase do seu comentário, mas certamente fará o favor de a explicar…
Abraço
em 16/01/2011 em 20:53
[…] O “mísero” professor lançou um apelo… GostoBe the first to like this post. […]
em 16/01/2011 em 22:11
[…] mais, aqui […]
em 16/01/2011 em 23:07
Que nojo! Este homem é uma vergonha como presidente e como professor de economia. Então não sabe o que faz com o seu dinheiro? E diz que precisamos dele porque sabe de economia ?????
em 16/01/2011 em 23:29
Belíssimo memorial. Parabéns. Para míser professor, o senhor sabe umas coisas da finança. Sobretudo da alta…
em 17/01/2011 em 00:09
Vou mesmo votar e não me esqueço de nada, nadica de nada,,,, só espero que todos tenham boa memória
em 17/01/2011 em 00:49
Pois eu não tenho quaisquer problemas em assumir que me vou abster, sem que isso implique que eu apele para que os outros me imitem. Contrariamente ao que muita gente pensa, à esquerda, não creio que nestas eleições se jogue algo de minimamente decisivo para o país. Com Cavaco ou sem Cavaco num órgão relativamente insignificante como é, actualmente, a Presidência da República, as políticas de direita continuarão a fazer o seu caminho. Sei que algumas almas piedosas pensam que, com o PSD no governo e Cavaco na Presidência, as coisas iriam piorar consideravelmente. Pois eu acho que ficariam exactamente iguais. De resto, se o FMI vier a governar Portugal ainda mais do que já está, neste momento, qualquer governo formal, do PS ou do PSD, passará a ser (ainda mais) um mero executor de políticas decididas em instâncias sobre as quais o país e os seus órgãos de “soberania” não têm a mais pequena influência.
Como contrariar tudo isto? Não será, pelo que já se viu até à exaustão, através dos recursos de que dispomos no pobre panorama partidário e sindical. Ou surgem novos e poderosos movimentos sociais (ai Tunísia, Tunísia!) ou o pessoal bem pode tirar o cavalinho da chuva e ir tratar da sua sobrevivência (da sua vidinha) o melhor que puder.
Para os analfabetos político-funcionais do costume, fica aqui o disclaimer de que esta posição me vincula apenas a mim e a mais ninguém..
em 17/01/2011 em 01:24
Mário,
Como é óbvio, e acabas de confirmar, a APEDE não dá indicações de voto, nem apela à abstenção ou qualquer outra coisa. Entre nós, como sempre aconteceu, há diversas opções e isso nunca foi, nem será, problema. Só prova a nossa independência. Compreendo perfeitamente o teu desencanto e razões de descrédito na actual classe política. Por mim, ainda assim, vou votar, sei mt bem em quem e ainda sei melhor em quem não votarei nunca.
Abraço
em 17/01/2011 em 01:27
Vi agora o clip com o excerto da entrevista a Cavaco Silva. Só a banda sonora me pareceu inapropriada. A «Balada de Hill Street»? Eu inclinar-me-ia mais para uma certa música do Nino Rota…
em 17/01/2011 em 01:35
Claro, Ricardo. Nós nunca nos movemos pelo espírito de rebanho, e ainda bem.
Abração
em 17/01/2011 em 09:54
Se a memória é curta, a do Sr. Silva é, sobretudo, cínica.
(Excelente memorando)
em 17/01/2011 em 19:08
Concerteza que há montes de razão nestes comentários. De qualquer modo, e talvez por isso mesmo, creio ser indispensável um voto de protesto. Acho importante votar em alguém que não tenha nada a ver com esta clique nem com os aparelhos que controlam tudo e todos. É verdade que o seu percurso não é lá muito coerente, que o seu discurso também não é nenhum primor, mas, caramba, é sério! Dedicou uma vida inteira ao serviço do bem alheio. Ninguém tem um palmarés parecido. Vou pelo Nobre. Sei que não vai ganhar, mas tb sei que é nele que vão votar muitos e muitos que não se conformam com o estado a que o rectangulo chegou e não se identificam com os cozinhados onde gravitam os outros candidatos.
em 19/01/2011 em 00:09
Já encontrei o candidato que há-de levar o meu cartão vermelho às elites portuguesas, esse candidato é o José Manuel Coelho.
Palhaço e maluco é o povo que vota sempre da mesma maneira esperando obter resultados diferentes!