APEDE


Balanço de uma acção de protesto

Foto da autoria de Mário Carneiro - Blogue "O Estado da Educação e do Resto"

O núcleo da APEDE de Caldas da Rainha agradece a todos os professores que ontem, 28/01/2011, à noite, estiveram presentes na vigília/concentração que teve lugar nesta cidade, correspondendo, assim, ao apelo que lhes foi dirigido. Destaque-se o facto de terem comparecido alguns colegas que, revelando um notável sentido de combatividade, se deslocaram, dezenas, nalguns casos centenas, de quilómetros para participarem numa acção de protesto. Vai ainda uma palavra de reconhecimento para o Ricardo Silva, presidente da APEDE, e para o núcleo de Sintra, os quais, desde a primeira hora, se empenharam na concretização desta iniciativa.

Esta acção de protesto teve como principal escopo dar visibilidade ao mal-estar e ao descontentamento profundo que grassa nas escolas, motivado pela tomada de consciência, por parte dos professores, de que as medidas mais gravosas implementadas no consulado de Lurdes Rodrigues, não só permanecem inalteradas nos seus aspectos essenciais, como têm vindo a ser complementadas, de forma consistente e continuada, por outras que, além de subverterem a identidade organizacional daquilo que até agora conhecemos como Escola Pública, visam aniquilar em definitivo a autonomia intelectual e pedagógica do exercício da docência.

Infelizmente, o nosso intento não foi plenamente conseguido, atendendo ao facto de que um número pouco impressivo de participantes (perto de uma centena) dificilmente cria o assomo de combatividade necessário para converter o queixume inconsequente numa vontade de recuperar a dignidade profissional e de expulsar a burocracia insana que tomou conta das escolas.

Podemos considerar que o momento de realização e a forma de divulgação da iniciativa não foram os mais adequados, que o trabalho preliminar de mobilização foi insuficiente, que as condições meteorológicas foram adversas: estaremos a passar ao lado do essencial.

Certo é que, não havendo capacidade de perseverar na luta, a possibilidade de melhorar as actuais condições de exercício da docência e de impedir a erosão sistemática e continuada dos direitos laborais dos professores será uma miragem.

Colegas e amigos, em qualquer luta há momentos mais e menos exaltantes; é preciso saber lidar com ambas as situações, com elas aprender e, sobretudo, manter a chama da vontade e não desistir!

3 Respostas para 'Balanço de uma acção de protesto'

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  1. Um abraço ao António Ferreira, vice-presidente da APEDE e mentor desta iniciativa, outro para os colegas das Caldas que enfrentaram o frio e não deixaram de dizer presente, outro ainda para aqueles que se fizeram à estrada e vieram de diversos pontos do país (Porto, Sintra, Amora, Batalha, Rio Maior, entre outros – depois de um dia de aulas) e, finalmente, uma interrogação e um desejo/repto:

    A pergunta: onde andam os colegas contratados? Será que já se renderam definitivamente? Será que ainda não perceberam o que aí vem e sobre eles se irá abater já em Setembro? Estão apenas preocupados com os MB e os EXC. que lhes poderão valer mais um ou dois valores na média graduada de concurso (um dos maiores “cancros” na luta dos professores, que o “Acordo” Sindicatos-ME, vergonhosamente, não eliminou)? E tal facto impede-os de lutarem, vindo para a rua, manifestando-se contra a precariedade, contra a farsa total que é este arremedo de avaliação e contra tantos outros desvarios e ataques que assolam a Escola Pública? Porquê este alheamento? Até quando? Tarde demais? Não querendo ser injusto, e admitindo a possibilidade de terem estado presentes alguns contratados, na vigília de ontem nas Caldas, pareceu-me que a esmagadora maioria eram colegas efectivos. A verdade é que todos fazemos falta e só com a presença de todos conseguiremos uma mobilização com significado e capacidade de fazer mossa.

    O desejo/repto final: que esta iniciativa possa frutificar e repetir-se noutros pontos do país, dentro das escolas e nas ruas, porque é fundamental (re)começarmos a mexer. Pelas causas que nos unem, mostrando que não nos rendemos e que não deixaremos de resistir.

    Um abraço a todos

    • roma maria said,

      Os colegas contratados queixam-se, e com razão, mas na hora em que deviam estar presentes deixam muito a desejar…Das duas uma: ou não sabem mesmo o que os espera ou estão simplesmente a marimbar-se para o que aí vem.Na verdade, os colegas dos quadros mostram-se bem mais preocupados, até porque para eles as notícias também não são nada animadoras.

  2. Leitor said,

    Só uma pequena questão prévia antes de dar a minha opinião sobre a acção de protesto:
    Há quanto tempo não havia qualquer acção de protesto por iniciativa da APEDE?


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