Os professores e as próximas eleições – 1
Sem pretendermos explicitar uma indicação de voto, há um exercício de análise que podemos começar a fazer. E para o qual não é necessário conhecer em pormenor os programas dos partidos. Basta recordar o percurso recente dos partidos elegíveis e algumas das suas trajectórias mais antigas.
Referimo-nos, bem entendido, às posições que esses partidos têm tomado em relação à classe docente e ao sistema de ensino, e o que é que os professores poderão ou poderiam esperar deles no caso de assumirem a governação do país.
Comecemos pelo partido que requer menos esforço analítico: o PS. Os professores têm a obrigação de saber perfeitamente o que aí vem se o PS tiver uma maioria relativa nas próximas eleições e se o Parlamento lhe consentir que governe sozinho. Desde logo, o actual modelo de ADD terá a sobrevivência garantida, e isso será ainda mais reforçado se o Tribunal Constitucional se pronunciar contra a suspensão aprovada pela Assembleia da República. E o resto – a precarização dos contratados, o fim dos vínculos, as reduções salariais, os estrangulamentos sobre a progressão na carreira – irá acentuar-se e piorar consideravelmente, tendo em conta a forma subserviente como o PS socratinizado aplicará as receitas do FMI.
Portanto, para os professores que não gostem de surpresas, que prefiram aquilo a que já estão habituados e que tenham uma costela masoquista, votar no PS poderá ser uma opção.