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Divulgando: Resolução aprovada no Encontro de Professores Contratados e Desempregados

Posted in Contra a precariedade como futuro por APEDE em 19/09/2011

A pedido do Miguel Reis, e porque esta é uma luta justa, conduzida  pelos que estão mais vulneráveis e mais abandonados no seu combate… 

Deixem-nos ser Professores!

Parem com esta injustiça!

Resolução aprovada no Encontro de Professores Contratados de 17 de Setembro:

Os professores desempregado e contratados, reunidos no dia 17 de Setembro no auditório da Escola Secundária Camões, manifestam a sua total indignação com o despedimento de milhares de professores necessários às escolas e com as novas e abusivas formas de contratação que o Ministério da Educação tem tentado impor.

Exigimos ainda a reposição do direito à compensação pela caducidade do contrato, tal como sustenta o parecer da Provedoria de Justiça e ordenaram as várias sentenças judiciais transitadas em julgado sem contestação do MEC. Exigimos também a vinculação ao fim de três anos de serviço tal como manda a Lei Geral do Trabalho. Depois do protesto do Rossio, no passado dia 10 de Setembro, e das mobilizações do dia 16 de Setembro, que deram visibilidade a uma situação tão injusta, os professores precários não desistem e entendem prosseguir a luta pelos seus direitos e por uma escola pública de qualidade.

Assim,

Consideramos inaceitável:

1 – Que até à data o Ministério da Educação tenha contratado menos cerca de oito mil professores que leccionaram todo o ano lectivo passado, deixando no desemprego mais de 37 mil docentes profissionalizados, quando sabemos que as escolas necessitam de recursos humanos para ajudar no combate ao insucesso escolar;

2 – Que docentes com mais de três anos de contratos consecutivos (alguns até com 10, 20, 30 anos) continuem sem ingressar nos quadros tal como determina a lei geral do trabalho;

3 – Que o Governo mantenha e anuncie o aprofundamento de medidas socialmente injustas contra os desempregados, ao nível do encurtamento de prazos de garantia ou da redução de montantes das várias prestações do subsídio de desemprego, rejeitando qualquer política articulada de criação de emprego.

4 – Que o Governo recuse pagar a compensação por caducidade do contrato aos professores desempregados, contrariando a Lei e as recomendações da Provedoria de Justiça. É igualmente inaceitável que o governo tenha já anunciado oficialmente a extinção total da Compensação por Caducidade do Contrato para 2013.

5 – Que o Ministério da Educação insista em tentar alterar as regras de contratação anual para evitar pagar os meses de Julho e/ou Agosto aos professores contratados.. Os contratos mensais prorrogáveis nos casos dos professores colocados em Ofertas de Escola referentes à totalidade do ano lectivo constituem uma situação claramente ilegal. Aparentemente, o Governo terá recuado nesta matéria, mas prepara-se para voltar a atacar. Exigimos a garantia expressa e clara de que os professores contratados para o ano lectivo inteiro vão receber os meses de Julho e Agosto.

6 – Que muitos lugares da Bolsa de Recrutamento não tenham ainda sido preenchidos nem disponibilizados a concurso para evitar o pagamento do mês de Setembro aos professores, prejudicando-se directamente os alunos, que iniciarão essas disciplinas apenas em Outubro;

7 – Que prossigam as injustiças nos concursos com critérios de contratação pouco claros ao nível das Ofertas de Escolaem Escolas TEIP e outras, desrespeitando a graduaçãod e cada candidato na lista nacional.

8 – Que o MEC aprofunde a sobre-exploração da base da pirâmide dos docentes: AEC’s, colegas de horários incompletos e temporários, etc.

9- Que o MEC tenha aumentado o número de alunos por turma no 1º ciclo e reduzido os apoios educativos e que muitas turmas dos restantes ciclos ultrapassem até o limite legal dos 28 alunos, prejudicando a qualidade do ensino.

Escudado na austeridade contra os que menos têm (e que não têm responsabilidade pela dívida e pela crise), o Governo atropela os professores com desemprego e precariedade, ataca a generalidade dos trabalhadores e corta nos sectores sociais (Saúde, Educação, Segurança Social) minando as bases da justiça social.

Recusamos essa inevitabilidade e decidimos:

– Pedir uma reunião à Provedoria de Justiça e accionar a Procuradoria Geral da República, para dar nota do incumprimento pelo Governo das recomendações recentes do senhor Provedor de Justiça, para que os professores possam ter direito à compensação pela caducidade do contrato;

– Reunir igualmente como os Grupos Parlamentares para dar nota das nossas reivindicações;

– Dar visibilidade pública ao drama dos professores desempregados e contratados, através de pinturas murais e outras formas de divulgação;

– Manter a regularidade de acções de rua que juntem os professores contratados e desempregados para defender os seus direitos e organizar a resistência aos novos ataques à escola pública e aos seus docentes mais precários, interpelando directamente o Ministro da Educação.

– Participar nas manifestações contra as medidas de austeridade e por justiça social que se realizam nos dias 1 de Outubro (promovida pela CGTP) e 15 de Outubro (iniciativa internacional promovida por diversos movimentos).

O Ministério de Nuno Crato está a destroçar a Escola Pública e lança o país no atraso, na miséria e no obscurantismo. Este governo junta-se agora ao Quadro de Honra dos responsáveis directos por anos de atentados contra as escolas e o corpo docente: Guterres, Barroso, Lopes e Sócrates e os respectivos ministros da Educação

Recusamos a pobreza, a inevitabilidade da injustiça e da desigualdade e o desmantelamento da Escola Pública. Não nos calamos. Não desistimos.

Os professores contratados e desempregados

Escola Secundária Camões, 17 de Setembro, Lisboa.

http://www.facebook.com/pages/Protesto-dos-professores-contratados-e-desempregados/268351343184641

2 Respostas para 'Divulgando: Resolução aprovada no Encontro de Professores Contratados e Desempregados'

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  1. Zé Manel said,

    Apesar de não ter podido estar presente, saúdo com entusiasmo os colegas presentes nesta reunião pela coragem e persistência com que denunciam os violentos ataques à classe e à escola pública e aqui lhes manifesto a minha total solidariedade.
    Não posso contudo, deixar de verberar enérgicamente que o maior sindicato de professores se tenha alheado completamente da situação e continue na sua absurda posição de assobiar para o lado , enquanto “os mais são feitos em fatias”. Este silêncio cúmplice é tanto mais condenável quanto sabemos que essa organização nem sequer se dá ao trabalho de pôr de pé uma estratégia, um caminho, um conjunto de acções concertadas para fazer frente ao inimigo que continua paulatinamente a desfazer ponto por ponto os alicerces do serviço público de educação. E mesmo quando confrontados com medidas de manifesto atropelo à legalidade, os líderes sindicais limitam-se a indicar aos professores o caminho dos tribunais e lavam as mãos como se nada tivessem a ver com o problema. Esta situação é demasiado grave para que possamos deixar que tudo fique por aí. Dir-se-á que não é bem assim porque dois dirigentes do SPGL estiveram presentes no recente protesto do Rossio. Este detalhe em nada altera o quadro descrito, pois a sua presença foi abertamente NÂO OFICIAL. Para todos os efeitos o SPGL limitou-se a ignorar mais uma vez a indignação legítima das bases e nem sequer se preocupou em construir nenhuma alternativa.
    É apenas mais uma do sindicalismo-que-temos. Outras virão!!!!

  2. Mário Machaqueiro said,

    Pois é, Zé. Tens toda a razão. A desproporção entre a gravidade do que se passa e a inércia rotineira dos sindicatos começa a relevar do surreal.


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