Minuta para os «professores excedentários», em vez de emigrarem, pedirem asilo político ao Reino Unido
Colocamos aqui esta modesta proposta de minuta, concebida para ser enviada à Embaixada do Reino Unido em Lisboa (ou ao Foreign Office em Londres), na esperança de que um «professor excedentário» da disciplina de Inglês a traduza para a língua de George Bernard Shaw:
Exmo. Sr. (preencher com a designação do destinatário: Embaixador, Ministro ou Primeiro-Ministro Inglês):
Considerando que me encontro em posição de emigrar para qualquer país não-ibérico, na qualidade de professor excedentário, de acordo com o mais recente conselho do nosso Primeiro-Ministro,
Considerando, por outro lado, que as autoridades do Reino Unido estão a ponderar a possibilidade de fretar aviões, barcos e autocarros para retiraram os cidadãos britânicos de Portugal e de Espanha no caso de uma eventual bancarrota destes países,
venho, por este modo, solicitar o estatuto de exilado político que me permita, em lugar de ter de emigrar, poder beneficiar da protecção da Coroa Britânica e acompanhar os cidadãos britânicos que se preparam para ser expatriados.
A justificação deste meu pedido radica no facto de o actual governo de Portugal estar empenhado em perseguir e agredir os trabalhadores em geral, com especial destaque para os funcionários públicos e, neste particular, para os professores. Estando em risco de perder o meu futuro, e tendo as minhas condições de vida sob séria ameaça, creio ser legítimo requerer o estatuto de exilado político à luz do direito internacional e dos mais elementares critérios de justiça.
Aguardando o melhor acolhimento da parte de V. Exa., sou
atenciosamente
assinatura _________________________
Mas, esperem lá, não foi o Reino Unido que inventou o essencial das políticas anti-sociais que nos estão a ser impostas? E não é verdade que os “bifes” também estão à rasca? Pois é. Afinal, Angola é capaz de ser mesmo um destino mais adequado. Nesse caso, os «professores excedentários» podem também escrever uma cartinha às autoridades angolanas, a acompanhar o “curriculum vitae”, que incluiria qualquer coisa como:
… Tendo eu adquirido, na minha qualidade de observador interessado e atento da realidade angolana, diversas competências em matérias tão diversificadas como o tráfico de influências (ou de armas, ou de diamantes), etc., etc. …
em 18/12/2011 em 21:22
Euro-evacuation!
Eles, britânicos, vieram para Portugal quando se reformaram, porque havia política social cá que não tinham nas ilhas, porque podiam viver uma vida mais digna com as reformas o que não acontecia no país de Sua Majestade e porque não era o mesmo que emigrar para as ex-colónias.
Nunca se integram, com raríssimas excepções, e mantêm aquele ar “superior” como o fizeram os seus antepassados ligados às empresas de algodão, extração mineira ou Vinho do Porto. Até os clubes continuam privados!
em 19/12/2011 em 10:14
[…] docente – desde o ex-alinhado Guinote, passando pela precaução do Prudêncio ou a prova de sobrevivência dos Apedes, até à circunspeção da Educação em Especial -, como entre a classe política, desde Marcelo […]
em 02/08/2012 em 14:43
Penso que a questão é ainda mais grave e deveria ser objeto de queixa ao tribunal internacional. Não apenas a questão dos horários, mas todo o modo como os professores de Portugal têm vindo a ser tratados nos últimos 10 anos.