Quando tudo se esboroa

Esta notícia tem sido interpretada (aqui e aqui, por exemplo) como um retrato implacável – e também deprimente e patético – de José Sócrates. E é verdade, pois o “nosso” primeiro-ministro fica ali reduzido à sua real estatura europeia. O que, de resto, só vem confirmar aqueles que dizem que Sócrates bem pode lutar pela sua sobrevivência no governo, porque, fora dele, o homem é um zero, e parece muito improvável que alguém, do mundo empresarial, lhe vá garantir aquelas oportunidades douradas que têm sido apanágio de ex-políticos promovidos a gestores de sucesso.

Contudo, se lermos com atenção o artigo do Guardian para lá da parte referente a Sócrates, vemos que o seu tema é bem mais vasto, embora não menos deprimente: o que o artigo mostra é toda uma Europa a colapsar na sua própria mediocridade.

Sócrates é, portanto, apenas um símbolo. Pequenino, como convém aos símbolos que representam a ruína de uma União Europeia sem chama, nem ambição.

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