(Re)começar a mexer
O núcleo da APEDE de Caldas da Rainha convoca os professores do concelho e, obviamente, todos aqueles que se lhes queiram associar, para uma concentração/vigília, marcada para sexta-feira 28/01/2011, pelas 21:30 h, na Praça da República (praça da fruta) − Caldas da Rainha.
Visa esta iniciativa fazer sentir à opinião pública, ao governo e aos sindicatos signatários de ‘memorandos’ e ‘acordos’ de má memória que os professores não desistiram da sua luta e que:
1. Recusam definitivamente a demência burocrática deste modelo de avaliação;
2. Não aceitam a precarização laboral em curso, apresentada como consequência inescapável da política de redução da despesa pública.
3. Não admitem a usurpação continuada dos seus direitos laborais, que está a conduzir à subversão total do seu estatuto profissional.
Pára de remoer a tua resignação e vem afirmar a tua dignidade!
Traz um amigo.
em 26/01/2011 em 13:18
Ora aqui está uma boa iniciativa para sair da letargia.
Incluindo os mesmos objectivos e com maior abrangência houve uma manifestação em 6 de Novembro e uma Greve Geral a 24. Tem havido plenários, abaixo-assinados, protestos vários. Ignorados por aqui, pois somos independentes e não queremos ser instrumentalizados. Acabamos por chegar às mesmas conclusões e iniciativas dos sindicatos. Tarde, mas chegamos lá. Ou não?
em 26/01/2011 em 16:43
Espero que esta iniciativa seja a primeira de muitas, parabéns.
Tenho pena de ser de tão longe….
em 26/01/2011 em 17:22
Caro Leitor,
É bom sinal a sua presença aqui. Acredite que não ignoramos nada que venha dos sindicatos. Nem sempre concordamos, é certo, mas creio que temos esse direito.
Eu estive na manifestação de dia 6, fiz greve dia 24, participei em muitos protestos, assim como muitos colegas da APEDE. Será que o caro Leitor e os seus amigos sindicalistas virão sexta-feira às Caldas da Rainha, juntar-se aos independentes? Ou será que isso já não pode ser?
Curiosamente, caro Leitor, os movimentos sempre estiveram presentes nas lutas. Nas lutas todas! Já os sindicatos só gostam de fazer a luta que lhes convém, e quando e como lhes convém. Tudo o que aconteça fora da sua esfera de comando é automaticamente rejeitado. Vá lá saber-se porquê…
Tenho a certeza que o caro Leitor, se os sindicatos tivessem blogues, teria ido lá reclamar e criticar o facto de ignorarem as iniciativas dos movimentos, sempre que aconteceram. Estou correcto?
E cá ficamos à espera (sentados, claro) para ver os dirigentes sindicais, ao lado dos professores, na sexta-feira, nas Caldas da Rainha!
em 26/01/2011 em 20:29
Rapinei: http://aijesus.blogspot.com/2011/01/recomecar-mexer.html
em 27/01/2011 em 09:46
Penso que a importância de iniciativas como a concentração-vigília de 6ªF próxima nas Caldas da Raínha é a mesma que existe entre a faísca e a pradaria… Aquelas podem incendiar a pradaria, quer dizer, ajudar a construir uma resposta ampla, de base e democrática e por isso radical, comprometida apenas com o travar da onda destruidora do Governo Sócrates para o Ensino e restante mundo do trabalho e não a ‘fazer de conta’…
Precisamos de mais faíscas…
em 27/01/2011 em 15:25
Tenho as seguintes objecções ao protesto da APEDE.
1. Acho o modelo de avaliação medíocre e demente, mas não me compete recusá-lo, pois é uma imposição do patrão. Se não aceitamos estas regras, deveríamos dizer por que outras as substituiríamos.
2. No que respeita à precarização laboral, devia a APEDE mostrar como a política orçamental deveria ser conduzida, como o governo iria buscar o dinheiro que obtém por esta via.
3. No ponto 3., que sejam especificados os direitos laborais ofendidos e, numa perspectiva global e não só corporativa, como se deveria proceder.
Ao colocar estas objecções, não estou a dizer que a APEDE não tem razão, nem que tenho dificuldade em participar, mas apenas que é pouco o que este discurso diz.
Como parte da arraia miúda ignorante das coisas do Estado e que se enfurece sempre que os poderosos lhes retiram algumas das suas migalhas, lá estarei possivelmente.
em 27/01/2011 em 20:40
Gostaria de dizer presente, mas a distância é grande. Estou farta de tudo isto. Estou pronta para o combate. Foram muitas as vezes que me desloquei a Leiria no tempo da Marilú.
em 27/01/2011 em 22:10
[…] mais em baixo. Pela minha parte, na próxima sexta-feira vou às Caldas da Rainha, participar na vigília promovida pela APEDE. Há que aproveitar esta onda dos pais dos colégios e a onda de insatisfação provocada sobretudo […]
em 28/01/2011 em 02:24
Se tudo correr bem (saio das aulas às 18h30, do Porto) aí estarei.
É tempo de dizer BASTA!
Cumprimentos
AC
em 29/01/2011 em 22:53
Cara colega,
Fica aqui o nosso agradecimento, sincero reconhecimento, e mais um abraço, que se junta ao que trocámos na noite fria das Caldas.
Bem haja. Bom seria que mais colegas tivessem essa garra e essa disponibilidade para a luta, essa capacidade de dizer e estar presente!
em 28/01/2011 em 14:35
Caro Luís Filipe Ramos,
Agradecemos as suas questões às quais tentarei responder, de seguida, com todo o gosto:
1) Se todas as imposições do “patrão” fossem sendo aceites sem contestação, certamente não teríamos tido um 25 de Abril. Facilmente compreenderá que cidadãos livres e conscientes devem empenhar-se no combate às políticas iníquas. É o que temos feito.
Quanto à avaliação docente (como em relação ao modelo de gestão, carreira docente, reorganização curricular e organização global da Escola Pública), tenho o maior prazer em informá-lo que os orgãos sociais da APEDE tiveram o cuidado de recusar uma postura meramente crítica do “status quo” e, assumindo a necessidade higiénica de se demarcarem da política educativa dos govermos de José Sócrates, desenvolveram um esforço sério de reflexão e definição concreta de propostas alternativas. Esse trabalho está concluído desde Dezembro de 2009, foi publicado no nosso blogue e divulgado publicamente, tendo mesmo sido apresentado na Assembleia da República, em audiência própria, com a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência. Pode encontrá-lo no separador “Documentos” (canto superior direito do blogue – “Informações”) com o título Proposta Global Alternativa da APEDE: “Para Uma Alternativa: Uma Outra Escola, Uma Outra Carreira Docente, Uma Outra Avaliação”. Como poderá constatar, fomos mais além, e a partir desse momento ninguém nos poderá acusar de criticarmos sem apresentarmos alternativas.
2) Não nos compete a nós, professores, darmos lições de ciência política e económica aos governantes. A nossa função é outra e bem relevante. Ainda assim, acreditamos que qualquer português, bem informado, percebe facilmente que o desvario das nossas contas públicas se deve a anos e anos de puro regabofe e descontrolo orçamental, sendo importante começar a arrepiar caminho, nomeadamente com uma muito mais eficaz gestão e racionalização dos recursos, esbanjados em tantas parcerias público-privadas, organismos públicos que se multiplicam a esmo para albergar a clientela política e os “compagnons de route”, vencimentos e pensões de gestores públicos, que ofendem a ética e a moral, constantes derrapagens orçamentais, emagrecimento do Estado em despesas supérfluas, maior rigor no combate à fraude e evasão fiscal, correcta rentabilização dos fundos comunitários (muitas vezes nem sequer aplicados), extinção/fusão de organismos públicos, sendo um bom exemplo as Direcções Regionais de Educação, isto apenas para dar algumas curtas achegas ao tanto que poderia ser feito e não é (isto já sem referir submarinos, novas pontes e TGV’s), para se poder evitar ir sempre aos bolsos dos mesmos, agravando as suas condições de vida e direitos laborais.
3) A degradação dos direitos laborais tem sido por demais evidente, a tal ponto que chega a ser chocante elencar exemplos. Fico-me apenas pelo criminoso congelamento das progressões e tempo de serviço, alteração da idade da reforma, alterações ao horário de trabalho, perda/diminuição das reduções por idade, os cortes salariais, a crescente precariedade laboral com a manutenção de professores a contrato quando leccionam consecutivamente há mais de 10 anos, situação que só se vive no ensino, a redução do papel do professor a um “faz tudo”, cercado e sufocado por uma burocracia infernal, entre tantos outros exemplos que poderia dar. Além do mais, não podemos ainda esquecer o desrespeito pela dignidade profissional dos professores com uma campanha suja, orquestrada politicamente, para tentar denegrir a sua imagem junto da opinião publica.
Como proceder para reverter toda esta situação? Há vários caminhos possíveis, dos mais ao menos extremistas. Uma coisa é certa: a forma como a luta tem sido conduzida não satisfaz, não resolve, não melhora. Só vemos um caminho possível: pedagogia da luta. mais pedagogia da luta, e ainda mais pedagogia da luta. Depois disto, a sua radicalização e endurecimento.
Abraço.
em 28/01/2011 em 16:46
[…] (Re)começar a mexer GostoBe the first to like this post. […]
em 28/01/2011 em 17:00
Ainda bem que há pelo menos um grupo de docentes que vai para a rua manifestar o seu descontentamento.
Parabéns pela iniciativa, espero que sejam muitos e bons manifestantes.
Força!
em 28/01/2011 em 17:52
Ainda para o Luís Filipe Ramos:
Sobre o que lhe respondi anteriormente… onde ir buscar o dinheiro para não o retirar aos que trabalham, referi como exemplo as derrapagens orçamentais. Pois veja, notícia que acabei de ler:
Alteração do contrato de concessão
TGV custa mais 195 milhões que o previsto
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1769127
Mais palavras para quê?
em 28/01/2011 em 17:55
Obrigado Ana Grave e restantes colegas.
Como sempre temos feito, continuaremos na luta, interventivos e bem conscientes da gravidade do momento presente. Somos professores, dia a dia, nas escolas, e sentimos na pele todo o desvario que nos consome. Não podemos ficar indiferentes. Assim muitos mais se juntem a nós.
em 28/01/2011 em 18:24
Estou muito longe, mas vou andar de canal televisivo, em canal a ver se consigo ter noção do nº de participantes. Há mesmo que fazer algo, isto tudo é demencial! Nas escolas já começa o transtorno do porta-folhas, da imbecilidade das evidências, quando o mais óbvio, o que os alunos não sabem, isso parece pouco relevante, ou talvez uma fatalidade! Tenham dó, empreguemos o tempo no que realmente é importante!
Obrigada pela vossa iniciativa
em 28/01/2011 em 20:43
Agradecendo tb a iniciativa. É fora de mão, mas por cada um que lá esteja, multipliquem por 10, 15, 20, 100.
em 28/01/2011 em 22:40
Parabéns APEDE.
Estou muito longe, mas o meu coração está com os colegas nas Caldas.
Chegou a hora de Agir. Temos de sair para a rua e tomar posição. Chega de conversas e passamos aos actos!…
Até breve.
A luta continua.
em 29/01/2011 em 13:56
Enquanto se aguarda a chegada do repórter (virá, não virá?), medite-se na frase:
“Por que repetir erros antigos se há tantos erros novos a escolher ?” (Bertrand Russell)
em 29/01/2011 em 14:11
Caro Leitor,
Demasiado previsível. Tenha calma. Na APEDE não há avençados nem destacados. Já percebi é que o caro Leitor não poderia nunca ser o repórter. Não esteve lá. Compreendemos.
em 29/01/2011 em 15:57
Nenhuma impaciência. Para dizer a verdade, até simpatizo com a corrente de pensamento “small is beautiful” e com os seus derivados.
Mas, com os recursos que actualmente existem para edição e montagem de imagens, não se percebe a demora.