APEDE


Um “post” dedicado ao nosso colega e amigo Zé Manel Faria, que muito provavelmente assinaria este texto por baixo (como muitos de nós)

Posted in Os-partidos-que-temos por APEDE em 17/05/2011

Vale a pena ler este texto de João Tunes. Para todos os que pensam não ficar em casa no dia 5 de Junho:

A parte mais penosa da exposição do deserto de ideias nos discursos políticos oficiais que encadernam a maquete da representação multipartidária está aí, nos debates televisivos a dois. Logo que desbobinadas as primeiras conversas a dois, de formas absolutamente previsíveis, as mentiras, os recursos demagógicos, as fantasias, as teclas a martelar, os apelos aos medos e à inevitabilidade, como se de uma enxurrada discursiva incluída num catálogo se tratasse, saíram das mangas dos fatos dos truques e esgotaram num ápice as imaginações dos líderes partidários. Julgo que os eleitores ficaram fartos, saturados até de tanta mediocridade, de saberem que a escolha do dia 5, por acordo tácito entre todos os partidos do arco parlamentar, será entre aceitar passivamente a penúria de uma não solução ou a substituição da realidade pelo refúgio numa fantasia mal amanhada e realíssimo pechibeque enquanto redenção. Daqui para a frente, até se votar, as palavras, os argumentos, servirão apenas para entreter a espera no medo que deprime os portugueses na campanha e na votação mais tristes e desconsoladas desde que a democracia voltou. Pois que como se a penúria não nos bastasse, todos se uniram para nos injectarem medo e desesperança (e a esperança estúpida feita de cartolina colorida das esquerdas radicais não passa de um tique rotineiro de se traçarem riscos no ar assobiando para cima da realidade). Faltou o trovão e os relâmpagos que o 12 de Março ensaiou e que murcharam no ovo. Assim ficámos entregues, devolvidos, a estes líderes que lembram espantalhos bem maquilhados, uns novos e outros veteranos, mas todos gastos, manhosos, repetitivos, uns estúpidos e outros estupidificados. Do que resulta que “12 Março” ainda não foi, irá, terá de vir, acontecer. Algo como um trovão cívico, necessariamente descoincidente do ritual eleitoral (insubstituível, diga-se para dúvidas não restarem), um rasgo de cidadania contra a mentira, a rotina, a manipulação e o jogo que reduz a democracia à alienação. Ou seja, depois do voto temos de nos encontrar por aí. É que desmontado o circo da demagogia há que sacar das vassouras. É por estas e mais que por outras que, para o dia 5, é este o meu apelo e não pró voto útil ou pró voto inútil, no partido A ou contra o partido B, dado que a fraude foi colectivizada. Que cada um castigue o sistema partidário viciado e bloqueado como entender procurando ser o mais livre que lhe for possível na escolha do objecto de justa embirração pois os deméritos estão criteriosamente muito bem distribuídos.

5 Respostas para 'Um “post” dedicado ao nosso colega e amigo Zé Manel Faria, que muito provavelmente assinaria este texto por baixo (como muitos de nós)'

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  1. Leitor said,

    A proposta de João Tunes, subscrita por muitos de nós (leia-se MM e RS), é no fundo a mesma desse vulto democrático da cidadania que apelou à greve às eleições
    http://www.tsf.pt/paginainicial/Portugal/interior.aspx?content_id=1831736
    E o objectivo também é o mesmo: tentar evitar que Sócrates seja penalizado nas urnas como merece.
    João Tunes está desiludido com as últimas manobras do BE:
    http://viasfacto.blogspot.com/2011/05/o-bloco-bloqueado.html

    • Mário Machaqueiro said,

      A técnica da amálgama é a melhor maneira de não pensar.

  2. Leitor said,

    Experiência…

  3. Leitor said,

    Pela experiência anterior parece que comentários com links ficam bloqueados.
    Assim, duas tentativas que fiz antes estão a aguardar ordem de libertação.
    Aguardemos, pois.

  4. Leitor said,

    O autor do texto, cuja verborreia anarquizante sedudiu a APEDE, já mudou de opinião e afinal vai votar na “esperança estúpida feita da cartolina colorida das esquerdas radicais”

    http://agualisa6.blogs.sapo.pt/1837156.html

    Haja pachorra!


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